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Métodos de Quebra de Dormência de Sementes Informativo Sementes IPEF - Novembro de 1997 Israel Gomes Vieira - Coordenação Técnica - Setor de Sementes IPEF Gelson Dias Fernades - Técnico Responsável pelo LARGEA Frente a necessidade urgente da reposição da vegetação nativa ou recuperação de áreas desmatadas, a compreensão da biologia reprodutivo (modo como as espécies se reproduzem no natureza) dos essências nativas (espécies da flora brasileira) se tornou de fundamental importância, para que esta recomposição florestal possa ser feita de forma racional. Dentre os vários fatores a serem estudados, existe um em especial que atinge diretamente a produção de mudas, que é o processo de dormência das sementes. A dormência de sementes é um processo caracterizado pelo atraso da germinação, quando as sementes mesmo em condições favoráveis (umidade, temperatura, luz e oxigênio) não germinam. Cerca de dois terços das espécies arbóreas, possuem algum tipo de dormência, cujo fenômeno é comum tanto em espécies de clima temperado (regiões frias), quanto em plantas de clima tropical e subtropical (regiões quentes). O fenômeno de dormência em sementes advém de uma adaptação da espécie os condições ambientais que ela se reproduz, podendo ser de muita ou pouca umidade, incidência direta de luz, baixa temperatura etc. É portanto um recurso utilizado pelos plantas para germinarem no estação mais propícia ao seu desenvolvimento, buscando através disto a perpetuação da espécie (garantia de que alguns indivíduos se estabeleçam) ou colonização de novas áreas. Portanto, quando nos deparamos com este fenômeno há necessidade de conhecermos como as espécies superam o estado de dormência em condições naturais, para que através dele possamos buscar alternativas para uma germinação rápida e homogênea, este processo é chamado de QUEBRA DE DORMÊNCIA. O fenômeno da dormência em sementes pode ser dividido em dormência primária e dormência secundária: - Dormência primária é aquela que já se manifesta quando a semente completo seu desenvolvimento, ou seja, quando colhemos os sementes elas já apresentam dormência. - Dormência secundária é quando as sementes maduras, não apresentam dormência, ou seja, germinam normalmente, mas quando expostas a fatores ambientais desfavoráveis são induzidos ao estado de dormência. Principais causas de dormência das sementes: Tegumento impermeável: as sementes com estas características, são chamados de sementes com casca dura, por não conseguirem absorver água e/ou oxigênio. Embrião fisiologicamente imaturo ou rudimentar: no processo de maturidade da semente o embrião não está totalmente formado, sendo necessário dar condições favoráveis para o seu desenvolvimento. Substâncias inibidoras: são substâncias existentes nos sementes que podem impedir a sua germinação. Embrião dormente: o próprio embrião se encontra em estado de dormência, geralmente nesse caso a dormência é superada com choque térmico ou luz. Combinação de causas: necessariamente os sementes não apresentam somente um tipo de dormência, podendo haver na mesma espécie mais de uma causa de dormência. Processos para quebra de dormência das sementes: Escarificação química: é um método químico, feito geralmente com ácidos (sulfúrico, clorídrico etc.), que possibilita os sementes executar trocas com o meio, água e/ou gases. Escarificação mecânica: é a abrasão das sementes sobre uma superfície áspera (lixa, piso áspero etc). É utilizado para facilitar a absorção de água pela semente. Estratificação: consiste num tratamento úmido à baixa temperatura, auxiliando as sementes na maturação do embrião, trocas gasosas e embebição por água. Choque de temperatura: é feito com alternância de temperaturas variando em aproximadamente 20ºC, em períodos de 8 a 12 horas. Água quente: é utilizado em sementes que apresentam impermeabilidade do tegumento e consiste em imersão das sementes em água na temperatura de 76 a 100ºC, com um tempo de tratamento específico para cada espécie. Tabela 1. Tratamentos recomendados para quebrar a dormência das sementes em algumas espécies arbóreas. Espécie | Nome Científico | Tratamento | Amendoim- do campo | Pterogyne nitens | Ácido Sulfúrico - 5 min | Bálsamo | Myroxylon balsamum | Desponte com tesoura de poda manual | Bracatinga | Mimosa scabrella | Água ( 70o C ) - 5 min | Canafístula | Peltophorum dubium | Água ( 80o C ) - 5 min | Candíuva | Trema micrantha | Água ( 50o C ) - 5 min | Candíuva | Trema micrantha | Ácido Sulfúrico - 5 min | Copaíba | Copaifera languisdorffii | Escarificação Mecânica | Flamboyant | Delonix regia | Água ( 80o C ) - 5 min | Fava barbatimão | Stryphnodendron adstringens | Ácido Sulfúrico - 15 min | Fava barbatimão | Stryphnodendron adstringens | Água - Ambiente - 12:00 h | Guapuruvu | Schizolobium parahyba | Água ( 90o C ) -1 min | Guapuruvu | Schizolobium parahyba | Escarificação Mecânica | Guatambu | Aspidosperma ramiforum | Imersão em água parada por 4:00 h | Ipê-felpudo | Zeyhera tuberculosa | Imersão em água parada por 15:00 h | Jatobá | Hymenaea courbaril | Escarificação com lixa | Leucena | Leucena leucocephala | Ácido Sulfúrico - 20 min | Leucena | Leucena leucocephala | Água - Ambiente - 12:00 h | Mutambo | Guazuma ulmifolia | Ácido Sulfúrico - 5 min | Mutambo | Guazuma ulmifolia | Água ( 90o C ) -1 min | Olho-de-dragão | Adenanthera pavonina | Escarificação Mecânica | Olho-de-dragão | Adenanthera pavonina | Ácido Sulfúrico - 35 min | Olho-de-cabra | Ormosia arborea | Escarificação Mecânica | Olho-de-cabra | Ormosia arborea | Ácido Sulfúrico - 35 min | Orelha de negro | Enterolobium contortisiliquum | Ácido Sulfúrico - 90 min | Orelha de negro | Enterolobium contortisiliquum | Escarificação Mecânica | Pau ferro | Caesalpinia leiostachya | Ácido Sulfúrico - 45 segundos | Pau marfim | Balfourodendron riedelianum | Escarificação Mecânica | Sabão-de-soldad | Sapindus saponaria | Ácido Sulfúrico - 1:00 h | Saguaragi | Colubrina glandulosa | Água ( 90o C ) - 1 min | Sangra D'Água | Croton urucurana | Choque Térmico | Sapucaia | Lecythis pisonis | Retirar o arilo | Topa | Ochroma pyramidales | Água ( 80o C ) - 15 segundos
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